domingo, 14 de junho de 2009

Certo Tempo

Eu não culpo o tempo nem essas linhas tortuosas que tardeia o alcance maior de nossas almas brandas.
As palavras sossegam-se vislumbrando um momento melhor de relatar tais sentimentos
Eu espero hoje sem as pernas trêmulas o dia em que as palavras surgirão como fonte de água limpa em nossas bocas, sem mais, nem se, nem menos
Com a memória lúcida, aguardo o momento em que muito terei a agradecer, pois meus pensamentos foram além do passado e do futuro, além de sentimentos presentes e latentes, percorreram caminhos diferentes das minhas lágrimas, foram além de mim
Sem cobranças apenas ofereço a verdade posta em meu peito
Sem mais pedidos
Em um Certo Tempo
Ecoaram as palavras.

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Os Sonhos, os Sonháveis e os Sonhadores.

Em mim o que há de primordial é o hábito e o jeito de sonhar. As circunstâncias da minha vida desde criança me trouxeram até aqui, hereditariedades obscuras me deixaram heranças de gestos e atos que não condiz comigo, e que só analisando em silêncio, posso entendê-los e superá-los.

Quero para meu próprio prazer analisar-me, a ponto de entender os bens que recebi durante esses poucos anos de vida e não cobrar ações de outros.
A realidade das outras almas surpreende-me constantemente, parece que vários estão em uma rede de inconsciência e isso parece uma ilusão absurda, sem coerência, sem nada.
Vendo-me de fora, aprendi a ver o outro, e se me julgar dizendo que desconheço os trâmites da alma alheia, os pensamentos e os motivos nítidos das ações, direi que engana-se sobre quem sou.
Porque eu não sou só sonhadora, mas sou unicamente sonhadora, o hábito único de sonhar e concentrar forças inesgotáveis em meus sonhos, me deu uma extraordinária nitidez de visão interior, que me possibilita ver com tranquilidade os pertubadores da alma humana.
Eu sei que cada um se mostra através de gestos, sob as máscaras que as boas ou más idéias usam, mesmo dentro de nós, eu pelo gestos as conheço por quem são.

Por isso a idéia que faço de mim é uma idéia que a muitos parecerá errada, de certo modo é, mas eu sonho-me a mim próprio e de mim escolho o sonhável, compondo-me e recompondo-me de todas as maneiras até estar bem perante o que exijo do que sou e não sou.
Entendendo que os sonhos são sonháveis e reais, e que eles sempre ou quase sempre deixam um bem enorme em nós.