quarta-feira, 12 de maio de 2010

Leitor Funcional

Surgiu um novo tipo de leitor: " leitor funcional ligeiramente superior a um analfabeto". Eles lêem romances solúveis em água, álcool-ajuda e best-sellers inspirados pelo Espirito Santo.
Livro bom incomoda e causa dor, embora este meu esteja mais para endorfina. Não sou masoquista, mas a primeira vez que eu li Nietzsche fiquei como o Davi bíblico: "até os meus ossos estão doendo". Freud bateu tanto em mim que até hoje sobram cicatrizes, Darwin quase disse que eu era um macaco, Marx escreveu que eu sou um dominado agindo sob uma superestrutura, Schopenhauer explicou que eu sou apenas um desejo ambulante e Shakespeare fez meu coração... ha deixa pra lá. Dificilmente alguém começa sua vida de leitor lendo Goethe, por isso livros solúveis têm a sua razão de ser e também mister Bloom não pode esquecer que muitos dos aclamados de hoje foram os desprezados de ontem.
Conheço uma moça bonita que é uma " leitora funcional ligeirmente superior a um analfabeto" e toda vez que me encontra aproveita para falar das suas fascinantes leituras. Sorte dela ser um monumento de mulher, não fosse isso eu a evitaria toda vez que ela apontasse na esquina.




E os vermes tinhão razão... Wandecy Medeiros
um amigo patoense.