segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Tinha secado: esse era talvez o ponto. Não a palavra exata, que já não tinha essas pretensões, mas a mais próxima. Sabia pouco a respeito de árvores, ou sabia de um jeito não-científico, desses de tocar, cheirar e ver, mas imaginava que o processo interno de ressecamento começasse bem antes da morte aparecer no verde brilhante das folhas, na polpa dos frutos ou na casca do tronco. Não era evidente nem externo nem explícito o que padecia. E padecia? perguntava-se detalhando os traços com as pontas dos dedos, nada que revelasse na umidade da boca ou num contorno de nariz - uma dor? não era assim. Gostaria de voltar atrás, com sentimentos curtos e clarosfeito frases sem orações intercaladas, iluminar aos poucos, um mineiro, uma lanterna, o poço fundo, uma linguagem? A unha batia contra o dente. Contatos assim: uma coisa definida chocando-se com outra coisa definida também. E não só contatos, emoções, linguagens. Quase analfabeto de si mesmo, sem vocabulário suficiente para explicar-se sequer a um espelho. Não queria assim, esses turvos. Não queria assim esses vagos. Sem nenhum humor. Sem nada que pulsasse mais forte que o frio cuidado com que desordenava-se, um gole disciplicado de vodca quando alguma corda de violino rebentava em plena sinfonia e, no meio do palco, impossível deter o acorde. Unicamente imagens assim lhe ocorriam, essa coisa das árvores, das gramáticas, das minas, dos concertos. Elegantemente, sempre. As luvas brancas, as longas pinças esterelizadas com que tocava sem tocar o todo, o tudo e o si. Um vício que lhe vinha quem sabe da mania de ouvir música erudita , mesmo quando apenas vivia, antes os fones nos ouvidos que os gritos da vizinhança. E por mais que afetasse um ar de quem lentamente cruza as pernas em público, puxando com cuidado as calças para que não amarrotasem, saberia sempre de sua própria farsa. tão conscientemente falsa que sua inverdade era o que de mais real havia, e isso nem sequer era apenas um jogo de palavras. A grande mentira que ele era, era verdade. Ou: a mentira nele nunca fora fraude, mas essência. Seu segredo mais fundo e mais raso, daí quem sabe a surpresa branca de quando ouvira um quase-amigo dizer que não passava de uma personagem. Prometera-se sentimentos semi intercalados, mas sentia agora uma necessidade de explicar ao ninguém que superlotava sua constante platéia, com ele sempre fora assim: quase-amigos, nada de intimidades. Mas voltando atrás no ir adiante: uma surpresa quê. Não, não uma surpresa quê. Uma não-surpresa surpreendida, pois como e porque se fizera visível e divizível naquele momento o que nem sequer alguma vez escondera? Perdia-se não eram teias. Nem labirintos. Fazia questão de esclarecer que sua maneira torcida não se tratava de estilo, mas uma profunda dificuldade de expressão. Por esse lado, quem sabe? As emoções e os pensamentos e as sensações e as memórias e tudo isso enfim que se contorce no mais de-dentro de uma pessoa - tinha ângulos? Havia lados mais como direi? Fragmentava-se era os pedaços descosturados de uma colcha de retalhos. Pedia atenção aqui, por favor, mas por gestos, entonações ou simplesmente clima, e regirava: era os retalhos, um por um, não a colcha, ele. Desde o xadrez vermelho ao cetim roxo sem estampa, e assim por diante, todos. Quase parava de aborrecer-se então, como quem troca súbito uma peça para violino e cravo por um atabaque de candomblé. O leve tédio suspenso como poeira espanada logo voltara a desabar. O bocejo era a compreensão mais amarga que conseguia de si mesmo. E porto isso, cabia a seguir qualquer atitude desesperada como casar, tentar o suicídio, fazer psicoterapia ou um concurso para o Banco do Brasil. Localizava-se, mais fácil assim, dando nome ás coisas. Um entusiasmo tênue como o gosto de um alface. Isso, estar, ser. Uma vontade de interromper-se aqui, paladar estragado pelo excesso de cigarros tentando inutilmente dar um nome ao gosto que fugia entre os dentes. Em algum quarto, há muito não sabia de línguas no seu corpo, ou tão sabidas tinham se tornado que. Vacilava entre a certeza quase absoluta de estar alcançando qualquer coisa próxima de uma sabedoria inabalável, alta como um minatere, gelada como um iceberg - melhor assim: uma montanha de compreensão sem dor de todas as coisas. Ou, talvez o ponto, nem icebergs, nem minaretes - mas árvore. Inventada com os olhos no ar vazio à sua frente um verde copado de sumarentos frutos, como se diria num outro tempo, se é que alguma vez disse, dizia sim, dizia agora, desavergonhado e frio. Verde copado de sumarentos frutos. Folhagem de seda lustrosa. Tronco pétreo ancestral. O seco invisível como verme instalado no de-dentro. impressentível, sob a casca, caminhando lento, questão de tempo, apenas, e semente contendo o galho crispado, mão de bruxa, roendo. Tinha dois olhos duros. Dois olhos grandes de quem vê muito, e não acha nada. Tinha secado, era certamente esse o ponto. nunca a palavra exata, esclarecera de início. Já não tinha essas pretensões.


Caio/sp.

quinta-feira, 24 de setembro de 2009


corre nuvem cega
chove fogo brando
o desapego lento na sombra cansa
o desespero manco na chuva dança
o desencontro perto na nuvem voa




quarta-feira, 23 de setembro de 2009

tua insônia é tua fartura
a escuridão tua glória
silêncio o teu prazer
tua virtude o labirinto
tua soberba a ilusão
tua ira a diversão
Asmodeus teu Belphegor.


terça-feira, 22 de setembro de 2009

muitas horas do hoje foi feito o sonho.

não lembrei do que nunca esqueço

fiz um bolo, de chocolate
misturei os ingredientes sozinha
quebrei um ovo e me melei
achei graça
e ouvi muita música

só a música me acompanhou
até a padaria
com os livros
com o bolo

não questionei.
nem me preocupei em como as palavras estariam agora sendo escritas
nem com as palavras
nem com os sentidos

egoísta para ser feliz
para imaginar
para fazer o que faço
sonhar vivendo e acordar amanhã real
e sonhar e acordar.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

negação ao destino do futuro parado

Eu não sou poeta
Reclino-me ao verdadeiro poeta
Que consegue erguer seu castelo de sonho
sobre a dura realidade da vida
Eu não sou poeta
e dedico as próximas palavras aos verdadeiros poetas da vida
Que entendem que ser poeta é arte
Arte própria, momento único
Eu não sou poeta
e minhas palavras se encontram e se perdem na imaginação
Imaginação que embala a arte de viver com sonhos
Sonhos que me permite respirar a vida
Mesmo não sendo poeta
Tenho em minha vida poesia
Que me permite os sonhos
Eu não sou poeta
E não há poesia mais linda para quem recebe do que a feita por amor
e amar não é poesia
é arte é vida é sonho e sangra
e quando a realidade da vida é poesia
os envolvidos sentem
quando descarnardos da realidade
imaginam a vida sendo arte, amor e poesia
sendo reais a poesia ainda sim é arte, poesia, vida e amor
e não há poesia mais linda do que feita por amor
Eu não sou poeta
e amo.


a tela em branco de fato é insistente, como de início
a vontade do encontro, não menos.
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quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Estava tudo escuro, existia uma breve ausência de som reconfortante, não era completamente silencioso, os sons das bolhas de ar subindo eram rítmicas, passavam pelo corpo, como se viessem de outro lugar que não de mim. Eu via formas claramente mutáveis, alucinantes e de diversas cores, mesmo no escuro elas se destacavam, o corpo se movimentava de forma leve, não havia força gravitacional que permitisse movimentos mais bruscos, o corpo naquele ambiente ficava mais pesado e flutuante, não se respirava tão facilmente pelo nariz, a boca sugava o ar e o devolvia para o lugar de onde sugava, inquietante movimento, não era involuntário como o vômito, se faz por necessidade de sobrevivência, naquele ambiente a lembrança de que se é humano era gritante, o ar pela boca logo necessário se fez automático, como que quando em superfície se respira, o frio também se fez assustador, eram correntes leves e profundas, geladas em demasia, ainda escutava o barulho das bolhas de ar, o som delas estavam mais baixos, não mais as sintia no corpo, apenas o barulho distante, não sei ha quanto tempo estava lá. Tudo estava confuso e meus olhos tremiam toda a imagem que eu vira, elas se multiplicava, em dois.. três ou mais.. nada era nítido, lembrei de já ter lido algo sobre isso, era uma espécie de devaneio, e me acalmei ao saber que de fato era normal ocorrer em grandes profundidades, sob pressão, lembro ainda da inquietação do desejo de seguir o som das bolhas que se afastavam, mas a falta de nitidez era absurda, os olhos confundiam a visão... procurei e não encontrei a corda para subir, o movimento estava rápido e involuntário, não ouve pausa, me entreguei completamente aquela sensação.. como se eu fosse apenas um corpo livre..era tão intenso quanto as sensações que eu tinha quando voava nos sonhos... minhas veias... senti elas pulsarem de forma anormal, descontroladas, o sangue parecia ter dificuldade para fazer o que sempre foi de costume... parecia que se rompiam e tomavam espaços que a elas não pertenciam, a exagerada pulsação era desconfortante, mas eu já estava subindo a escuridão estava aos poucos se desfazendo, senti tonturas e o corpo fraco, eu já estava perto de chegar a superfície, isso me confortava, eu via flechas de luzes, o corpo estava mais pesado e contrariando qualquer lógica ou ciência eu continuava a subir e a luz gradativamente aumentava. Quando cheguei a superfície a sensação bruscamente se inverteu, não havia movimento, meu corpo boiava parte submerso pela água, parte na superfície, eu estava virada de bruços, e não conseguia me mexer.. comecei a ouvir vozes.. e mais vozes.. havia uma seriedade desconfortante, falavam em voz alta mas o som estava distante, o silêncio foi rompido.. eu ouvia vozes.. não parecia haver sentido, não era comigo que falavam, eu desejava apenas o silêncio, as bolhas e o escuro confortante..mas as vozes ecoavam, consergui por fim ouvir com nitidez quatro palavras, eram sérias, doença descompressiva - câmera hiperbárica.
Finalmente acordei, o sonho trazia o pesadelo e a realidade de forma inseparável e sobretudo a angústia de lembrar os detalhes, quase pronto para levantar, ainda de olhos fechados, me veio como de costume, toda a sequencia a qual eu faria quando levantesse, a roupa do mergulho, o equipamento, a corda, a máscara, nadadeiras, após organizar mentalmente a sequência, abri os olhos, não conseguia me mexer, luzes encadianvam meus olhos, eu estava em um tubo completamente vedado, não fazia idéia por quanto tempo, me desesperei, talvez estivesse aqui por dias, meses, anos, o tempo não me parecia importante, o ar era comprimido, queria tocar a face, sentir o rosto, os braços, impossível, não consegui, era inútil, as luzes encandiavam, não havia espaço, fechei os olhos, tentei não pensar em mais nada, e depois de algum tempo, não sei ao certo quanto, comecei a ouvir novamente o som das bolhas de ar subindo rítmicas.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

O livro de areia

Questione, questione e coloque este dedo invisível e imaginário, bem diante do meu nariz, quantas vezes quiseres... me questione em tudo, sem a necessidade de uma interrogação sequer. tua séria brincadeira quando me pareceu findar, e quase sentia saudade, veio ainda tuas últimas linhas de epílogo, onde deixastes em derradeiras palavras uma lacuna de questionamentos que na incansável busca, anseia a cada página já lida, retornar. Foste tu que dissestes que não basta ler, senão reler, e corro o risco de ficar presa neste livro sendo ele pedaço do meu infinito, preciso em dada hora fechá-lo e deixar a imaginação percorrer outros caminhos, mas não há dúvidas que para as páginas infinitas, nunca as deixando, ainda voltarei.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009




Cronos e kairós

o tempo não fica
não retrocede
não tem pressa
e eterniza

Os ponteiros do relógio continuam a girar
em sentido horário, segundo após segundo
minuto após minuto
hora após hora
concluindo um dia
concluindo os meses
e os anos
e segundo após segundo
ele caminha sem pressa
caminha por que isso é o que lhe resta
e ninguem lhe dá o descanso da morte final
um relógio falece, confuso se quebra
existem outros tantos para continuar
iguais
sugando segundos, minutos e horas
marcando o tempo, atemporal


e do hoje somos escravos, pela palavra e pelo tempo.

Hoje acaba e cabe em 24 horas marcadas pelo relógio
e ontem
se fez ontem exatamente igual
assim se fará amanhã
momentos inteiros cabendo em horas e dias e meses e anos
e assim sendo sempre lembrados
no dia tal do ano tal e em certa hora, cabem os acontecimentos

Nada que foi feito ontem
Pode ser desfeito
nada que está sendo feito agora
pode ser mudado amanhã
e o dia cabe e acaba em 24 horas.


Somos escravos do tempo
Somos escravos do que pensamos sobre o tempo
Somos submetidos incansavelmente pelo ontem
Pelo que fizemos - pelo que fomos
e pelo hoje, pelo agora
por horas e minutos e segundos
e o que faremos com elas

o relógio diz
incansavelmente
alguma dada hora
que marca o tempo
roda gigante
onde se foi, se retornará
assim como o relógio
os ponteiros, os números
sempre os mesmos
o tempo de rotação entre um número e outro
iguais
e nós os procuramos
como se nele houvesse sempre algo novo para lembrar.








quinta-feira, 10 de setembro de 2009

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

por hoje, por hora, pelo agora.
sem rodeios
foda-se o silêncio
foda-se as palavras
as interpretações também.

qual importância tem a importância que eu dou
se ela cabe antes de tudo a mim mesma
e em mim permanece

qual importância tem qualquer importância
se ela é antes de tudo de quem se importa
e se sai, o laconismo de interpretação ainda permeia os meios e os extremos
a tornando qualquer coisa, com importância ou não

por acreditar ser importância, dou a ela, tamanha importância de não falar
deixar que ela se cale em mim
que consuma sua própria vontade de ser importante

mas o desejo de torna-la importância além de mim
é humanamente inquietante

'o desejo pelo desejo de quem se deseja¹' quer ordenar
quer ser a própria importância
o dono de tudo
acreditando ter importância suficiente para falar de importância
tendo em seus devaneios a visão crédula que é importante
onipresente, absoluto e inatingível
por essa inexplicável e inquietante sensação
foda-se o desejo
mas sobre ele não tenho domínios
e o consumo e tenho em meus pensamentos, em meu corpo escorrendo como água em garganta seca e sedente
sonhador.





¹ qualquer desses sentimentos que sugam o chão, que dão asas e as tiram, alguns chamam amor, outros paixão, mas me senti deveras atraída ao ouvir 'o desejo pelo desejo de quem se deseja', por Rodrigo Acioli.

terça-feira, 8 de setembro de 2009

liquidificar leituras.

Penso em dizer-te

Em desordenada hora

Que em todo coração incerto

Há o fundo intacto de ternura



Quero tê-lo

Não para sempre

Por inteiro em ato simples

em duração efêmera e continua



Quero vê-lo

Não por completo

Cravado em minha pupila

Cinema mudo

livre

no poder de evocação.

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Semeia-se veneno e gozo em breves palavras
Tão próxima a vida, já se enuncia a morte
Quão mais doces seriam essas palavras
Se o amargor não cativasse as glândulas intensificando os sabores
Quão feliz seria o homem
Se não fosse ele dono de suas próprias palavras
Quão mais triste seria o homem
Se não fosse ele o fruto de suas próprias dores
Quão mais leves seriam as palavras
Se não fossem elas donas de sua própria memória
Quão mais leve seria a memória
Se não fosse ela dona de seus próprios caminhos
Tão vazias seriam as palavras
Se não evocassem memórias.
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sábado, 5 de setembro de 2009

em meio a tantos
a aplausos inquietantes
a bocas em demasiado falantes

em meio a melodia

o que posso descrever como falta ou saudade
descrevo a vontade de ver seus olhos flutuarem entre todas aquelas pessoas
.. insones... silênciosos... calmantes
sentir entre toda a incoência das palavras
apenas seu silêncio
sua barba
inspirar e expirar com intensidade
o ar presente.






















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sexta-feira, 4 de setembro de 2009

diálogo.

Com o direito que me cabe, neste espaço em que acreditamos escrever o que pensamos, as palavras a seguir carregam o peso de não ter sentido, o peso de serem pensadas e depois escritas, de perderem o sentido do pensamento, este sem sentido original ao se tornar pensamento através dos sussurros do pré-consciente.
No entando ainda existe o conforto de escrêve-las e não falá-las pela ausência da réplica audível, que traria mais palavras e pensamentos e pré-conscientes aumentando consideravelmente toda essa falta de sentido, não menos existentes quando lidos.
Assim aceitando que as palavras venham a ser lidas e interpretadas já distantes do que eram em pensamentos e estes não menos induzidos pelo pré-consciente, pelo desapego ao sentido que não existe, que se tornem essa coisa incompreendida e cheia de representações e conceitos, que por fim colidem em querer criar algum sentido.
a escrita e a fala antes de serem, já o são, nascimento e morte na tentativa de comunicação, tão inseparáveis como o sonho e o sonhador.
nota de rodapé: as palavras acima se fizeram como estão, porque li e ouvi outras palavras e dei a elas representações e conceitos e por fim pensava ter um pensamento.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

muito a dizer.
sem saber.
como.
é isso.
pode-se falar.
ei de falar.
mas não sei como.
não sei.
mas vai ecoar as palavras.
vai.
não sei como.
mas vai.
um grande filho da puta, que de fato nem conheço, que traz inquietude em suas palavras, com textos em que o veneno é o prato principal da grande ceia de natal.. veneno como le gusta pra se fuder um tal de Breda, o que em redundância reafirmo, filho da .... Cordiais, agradecimentos, pela inquietude. E quase peço desculpa pelo, filho da puta, mas há de se convir. não tem uma expressão melhor e mais sincera que essa.


'Lute com o sarcasmo
Perca pro cinismo
Ame o embaraço
Ganhe um sorisso
Pegue a incerteza
E chame-a pra dançar

Se vista de quente
Dispa-se de frio
Encha o ambiente
De um tom vazio

Leve o pesado
e pese a consequência
Olhe para o lado
E beije a indecência
Cumpra os rigores
Cobre os postulados

Não se decepcione
Se tudo for correto

Penda para o lado
Onde cai o tempo
Junte uns trocados
Compre um intento

Divulgue a justiça
Promova a confusão
Escreva uma lista
De inquietação

Pule para o leste
Quando vir o norte
E Lembre-se: é de pele
que se fecha um corte.'


é de pele
que se fecha um corte

é de pele
que se fecha um corte










é de pele
















é de pele
























é de pele
que se fecha um corte








é






de









pele
que se



fecha

um corte.
é de pele.




' ê, por ter coração se quer doer









por ter coração cê quer doer










Tanta piedade de um


fim.'