domingo, 11 de outubro de 2009

Naquele momento a compreenção já não era tão importante, eu não iria dizer nada, apenas ouvir aquelas palavras vagas e sem sentido, elas se fazia sem porquês, despensadas - sem pensamento - era mais um desejo de auto-afirmação, não uma afirmação de algo que pensa se saber, algo ainda mais vago, apenas por falar, ser aceita, produzir alguns risos, ou réplicas sem sentido e nada mais. Eu parecia desinteressada, mesmo estando apenas parada olhando o que a eles parecia ser um nada, olhando uma árvore renascentistas, nunca soube o nome científico dela, mas para mim sempre foi a árvore renascentista, foi esse o nome que eu a dei e a mim bastava assim vê-la. Nos olhares eu percebia que eles esperavam que eu fizesse parte dos risos, natural naqueles encontros, mesmo sem achar graça, mesmo todos não achando graça nenhuma e rindo como um bando de patetas inquietos querendo dar fim a uma conversa a qual alimetavam com sorrisos mentirosos. Ainda tentei falar algo sobre os jornais, as novelas e seus comandantes, um assunto que encarei como possível para um almoço de família no domingo, eu nem sequer falei das mentiras presentes, ou dos comandantes que ali estavam, mas logo veio como relâmpago as críticas, minha revolta agora confirmada e mais um tanto de afirmações que pelo menos eram verdadeiras, eles acreditavam que eu estava fora dos padrões aceitáveis para um encontro de família, e isso ao menos trouxe algum tipo de sinceridade a conversa, logo me calei e eles voltaram a falar, do que se fez no passado, ou de suas posturas, quanto a isso ou aquilo, que sempre se desfaziam nas atitudes, no proceder dos dias. Observando, percebi os olhares se criticando a cada palavra auto-afirmativa, e ao mesmo tempo se apoiavam com os sorrisos e com outras histórias seguindo o mesmo ritmo, um diz algo inútil, o outro completa e isso procedeu a tarde inteira. Eu comi, me fartei de sobremesa e continuei a olhar o balanço e o quadro renascentista, gosto do bolo de café e do pudim, o arroz, o bode e a farofa de carne seca me fartaram a arvóre renascentista não menos.

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